28 de novembro de 2008

Luz na escuridão

...
Um mar de gente, um mar escuro
num lugar cruel
no topo do edifício, consigo ver
as pessoas insensíveis pelas ruas.

Oh Amor, toca-me no rosto
leva-me para casa,
salva-me desta escuridão
que me prende.

Oh Amor, a terra cai sobre mim
uma pressão cruel
que me faz suster a respiração
para a libertar num suspiro,
as profundezas puxam-me
afastam-me de ti
e a tua voz torna-se distante
nas profundezas da terra.


Fez-se luz no meu olhar
chegas numa nuvem
iluminada pelo sol
com uma auréola de luz
envolvendo o teu rosto…

O meu Amor sorri,
nunca está longe demais
ou cansada demais
para me dizer “Quero-te”.
É uma senhora
tal como uma senhora deve ser,
com o cabelo solto pelos ombros
olha-me como só ela o sabe fazer.

Só eu e tu sabemos
o que se passa entre nós
por detrás das portas fechadas.

Nocturno

26 de novembro de 2008

Ao espelho...

...

Olho-me no espelho em queda lenta...
Afundo-me...
Afundo-me... lentamente e não faço nada para o contrariar
Quando quase…
chego ao fundo sou surpreendido
pelo simples acto de acordar
sem perceber como,
sou trazido à superfície abruptamente,
incompreensivelmente…
Vejo-me de novo, curvado, prostrado,
e ainda assim, insisto nas palavras
a imagem difusa no espelho apela-me:
não digas nada
quero apenas dizer
que gosto de ti
hei-de encontrar a forma
de te dizer tudo
dizendo nada.

Nocturno

24 de novembro de 2008

Chave

...
Aqui estou, dentro desta caixa
rodeado por uma multidão
abraçado pela solidão,
preciso de voar
sentir a força do vento
e a luz da minha estrela.

Entrego-te os meus sonhos
onde a minha mente te procura
como um mendigo que procura abrigo.
Confesso-te, meu amor
sinto receio das tuas dúvidas
e medo do teu próprio medo.


A minha carne e os meus ossos
em breve se transformam em pó
então, poderás lançar-me ao vento
e no som do silêncio
irás ouvir e sentir
tudo o que o meu olhar não revela.

Procuro a saída
mas não a encontro
enquanto isso
o meu espírito permanece
enjaulado nesta caixa
onde só tu tens a chave
para me libertares em ti.

Nocturno
...

21 de novembro de 2008

O meu coração

...
Abre tua mão meu amor!
Faz concha dourada com ela
Quero deitar na palma da tua mão
Tudo que tenho e que sou
Quero te dar meu coração
Junto meu eterno amor
Guarda com cuidado este pedaço de mim
Cerra teus dedos devagar
Segura junto ao teu peito
E diz baixinho a sussurrar
Aqui é o lugar perfeito.

Quando abrires a tua mão
Faz com cuidado meu amor
Pois tens o meu coração
Que te foi dado com paixão
Deixa ele ficar junto ao teu
Depositando sonhos e desejos
Para que a gente possa realizar
Este sonho de nos amar.


Agora é nosso dever cuidar
Para que um dia a gente possa dizer
Valeu a pena, sim, valeu a pena amar
Valeu a pena até sofrer
Mas se meu coração
Derramar uma lágrima
Não te assustes Amor meu
É simplesmente uma lágrima de saudade
Não é pranto de dor, ou de mágoa
É simplesmente saudade da ausência
Dos teus beijos e teu calor
Saudade que me envolve e alucina
Enlaçando nesta dor
Aqui te entrego meu coração
Cuida dele bem, meu Amor.

Little-Star
...

18 de novembro de 2008

O teu sorriso

...
Enamorado pelo teu amor
escondo o meu corpo ferido,
sei do que se trata
e entendo a coincidência
que me fez ficar assim
por que há uma coisa
dentro de mim.

O sorriso nos teus olhos
faz-me sentir que precisas de mim
as palavras dos teus dedos
ajudam-me a descrever
o que diz o teu coração ao meu.

O sorriso na tua face,
a verdade dos teus olhos...
Fazem-me sentir
que precisas de mim
até ao fim.

Nocturno
...

14 de novembro de 2008

Fácil escrever para ti

...
És o meu porto de abrigo
quando a vida sai dos eixos
e vagueio por aí ao relento.

Sou quem tu sonhas,
aqui neste lado do mundo
à espera do teu raio de luz.

Mas aqui e agora
nas minhas mãos,
falta-me o ar…
faltas-me TU...
Aterro nos lençóis
suaves e quentes,
cansado e deprimido.

Deveria ser fácil escrever sobre ti
Deveria ser fácil descrever o que sinto.

Em duas ou três frases
Falaria do teu lindo olhar
Em uma rima ou duas
descrevia o teu sorriso,
e dizia ao mundo
como é infinito este desejo.

É tão fácil escrever para ti
basta dizer o que és dentro de mim.

Nocturno
...

12 de novembro de 2008

Buraco no tempo

...
Viajo ao som da musica
de uma banda sonora
sinto que ninguém me pode ver,
ou será que conseguem ver através de mim
quando estou abstraído do resto do mundo!

Os estranhos do costume
partilham o meu tempo e espaço
talvez consigam sentir o que sinto.
Os meus dedos escrevem no ar
pensamentos e sentimentos,
um pouco de mim é o que vejo
com a chuva a completar-me.
Gosto de sentir os pés molhados
hipnotizado pelo som
num buraco do tempo.

Há pessoas que passam pela minha porta
já nem as consigo contar
não entendo para onde vão nem para onde vão
nem sei se as deixo entrar.

Num momento quando o dia
é mais abstracto do que o costume
sou a estrela deste filme
sem final á vista
tendo a banda sonora como fundo.

Pode ser que a manhã se torne noite
no tempo que não termina,
posso estar em qualquer lado
com a musica no ouvido
a viajar no tempo.

Nocturno

10 de novembro de 2008

Atiro o meu nome ao vento

...
O sol brilha pela manhã
a luz cega-me os olhos.

Atiro o meu nome ao vento
para atravessar o oceano
que nos separa.

O toque suave dos meus lábios
deixa em ti tudo o que sinto
sou aquele que te pensa,
não te escondas no teu olhar.

Desculpa os meus dedos
que te querem tocar
sou uma gota do suor
que percorre o teu corpo.


Nocturno

5 de novembro de 2008

Amar-te, esse sentir inexplicável

...
Todas as coisas que sinto
preciso de as dizer,
fazes-me falta ao meu lado
minha linda princesa,
és o sol do amanhecer
que aquece a minha alma.

A tua luz ilumina-me
reforça a minha existência,
a tua imagem provoca em mim
um doce arrepio pelo corpo
que fica momentaneamente
petrificado pelo feitiço do teu olhar.

Linda Mulher, sinto-te,
beijo-te, toco-te
na breve
passagem do vento.Escrevem mil e uma razões
para te deixar partir
mas basta olharem para o céu
entre o luar e a estrela
há um sentir que os envolve.

Por isso meu amor
amar-te é algo de inexplicável
preciso de envelhecer
junto de ti.

Nocturno
...