30 de dezembro de 2008

A voz da razão

...
Procurei um sentido naquilo que me rodeia,
mais do que sonhos ou ilusões
um sentir muito mais profundo.

Procurei as tuas mãos neste corpo incompleto,
um desejo que o meu olhar gritava
sempre que procurava por ti

Mas... só a minha voz fez eco na escuridão,
diluída em gotas de dor
algo que nunca poderás tocar ou sentir.

O amor é assim mesmo,
fez de mim um mísero fantoche.
Sem resistência, despido,
enfraquecido de saudade.
Um raio de luz sobrevoou a minha mente
e percebi qual a razão
da minha vinda ao mundo.
A luz mostrou-me o caminho,
fazerem de mim um exemplo
pendurado na árvore mais alta.

Esta não é a voz da razão
É a cruz, e eu fui o escolhido para a suportar.

A minha hora chegou
mais culpado não poderia ser
esta é a única razão.
Agora... a árvore da forca
chama pelo meu nome
não há prorrogação do prazo
nesta vida.

Esta não é a voz da razão
É a cruz, e eu fui o escolhido para a suportar.

Façam de mim um exemplo...
Façam de mim um exemplo...
Façam de mim um exemplo...

Nocturno

HAPPY NEW YEAR
...

19 de dezembro de 2008

O toque do vento...

...
Não preciso de explicações
para pagar pelos meus pecados
é assim a lei da vida…

Por que o mundo
desaba sobre mim?
Por que o mundo faz
os pensamentos girar?
Aqui... só, com os ventos
vindos de ti.

Abre a janela.
Beija e sente
o toque do vento,
tem o sabor dos lábios
de quem amas,
não sintas distância
em tudo que sonhas.

Nocturno

Desejo um
Feliz Natal para todos
os seres vivos.
...

15 de dezembro de 2008

Margem onde o sol se deita

...
Um pouco de chuva
misturada com gelo
É a melancolia
das horas cinzentas
que fazem que tudo
seja nada.

Assim passaram dias
desde que a minha voz
deixou-se de ouvir
sinto isso nos teus olhos
cada vez mais distantes de mim.

Tenho medo de te querer
como te quis antes
como te quis ontem
de todo tempo que passou
todo esse tempo
que não soube te querer.

Resta-me olhar a margem
onde o sol se deita
onde nada se avista
no horizonte,
nem um simples suspiro
desde que deixei o amor
queimar os meus lábios.

Nocturno
...

12 de dezembro de 2008

Inveja

...

Invejo o vento
que fala ao teu ouvido
chama-te no inverno
congela os teus dedos.

Move-se, pelo teu cabelo
acaricia, os teus lábios
penetra-te até aos ossos
invejo o vento.

Invejo a chuva
que invade a tua face
toca os teus segredos
percorre a tua pele

Toca a tua boca
encharca-te a roupa
escorre nas tuas costas
invejo a chuva.

Invejo o sol
que te ilumina no verão
aquece o teu corpo
mantêm-te quente

Faz-te sentir forte
faz-te sentir quente
faz-te sentir doce
invejo o sol.

Nocturno

9 de dezembro de 2008

Silêncio

...

Não tenho medo do silêncio
aprendi a viver com ele
conheço a sua entrada
e a sombra do seu olhar.

Não tenho medo da solidão
aprendi como ela abraça os seus crentes.
Não tenho medo da obscuridade
ela me protege na vida e dos beijos ausentes.

Não tenho medo da morte
limito-me a acreditar
ela é absoluta,
transparente e fascinante.

O que me amedronta é na vida
mãos e lábios cerrados,
sem poder fazer nada
cena repetida
prova que o nada existe.

Nocturno

3 de dezembro de 2008

Amor sem final

...

Quando a lua se esconde
atrás das montanhas
no céu as estrelas choram
também eu choro
quando os teus olhos
não me iluminam
o sol continua o seu destino,
enquanto as flores murcham
de saudade
eu procuro
por um olhar teu.

Espero por ti no abismo
pelo abismo me enamorei
despertaste o meu coração
agora, ensina-me a viver
fiquei condenado
ao amor sem final.

Sonhar
sem respirar
quero-te amar
quero-te amar.

Nocturno