31 de outubro de 2008

O sentir que nos une

......
E de repente a janela se abre
e num instante o mundo pára,
o meu sonho agarra os teus olhos
e assim no silêncio, toco-te…

Só o sangue esconde palavras
quando em segredo adormeces devagar
nos meus dedos que te respiram.

A cada minuto que o tempo nos foge
vejo que a noite se confunde
no eterno sentir que nos une.

Preciso que saibas que isto nunca acaba
que tudo aquilo que dizemos, nada será perdido.
Tu serás sempre a última coisa que consigo ver.

Nocturno

28 de outubro de 2008

Detalhes

...
Nas noites geladas
o feitiço leva-me o corpo
ao encontro dos teus lábios.

As tuas palavras arrepiam
a minha pele sente
o fogo do nosso desejo.

São meus os teus dedos...
Toca-te
Sente-me
Vem-te para mim.
...

Suspiro enquanto te sonho
são tuas as minhas mãos,
toco-me e deixo que o prazer
me leve a ti.

A saudade desfaz-se nas minhas mãos,
todos os sentires me levam a ti.
Perdoa-me meu amor
por te desejar demais.

...

27 de outubro de 2008

Circulo

......
Quando o tempo abranda
tento sair do vale do silêncio
pelo caminho de uma estrada traiçoeira
com todo tipo de armadilhas.

Penso se algum dia
alguém entenderá
a viagem que faço
ao redor de um circulo.
Com o vento nas minhas costas
e a luz nos meus olhos
atrás da nuvem que me esconde,
não consigo encontrar o fim!

Na estrada de fogo
quando o fumo
abafa os meus pulmões,
já nem sei se o coração bate.

A tempestade na minha cabeça
e as nuvens nos meus olhos
navegam comigo
rumo ao desconhecido.

Nocturno

21 de outubro de 2008

Alma de vidro

......
No vale do silêncio
o velho permanece sentado
com o olhar distante
acompanhado pela sombra.

As folhas humedecidas
caídas das árvores
cobrem o seu corpo
escondendo a alma.

Alma de vidro
cuja luz de saudade
ilumina cicatrizes
que o tempo não cura.
......
Algo lhe tocou suavemente,
sente o beijo que nunca deu
corpo que nunca tocou
amor que nunca esqueceu.

Uns cabelos longos e escuros
percorrem lentamente
o corpo envelhecido
já esquecido no tempo.

No brilho do seu olhar, deslizam
um milhão de lágrimas,
recordações das longas noites
feitas de promessas de amor.

Nocturno
......

17 de outubro de 2008

Vale do silêncio

......
Fim do túnel
vale do silêncio
o velho nocturno
da janela secreta
prossegue o caminho
por entre as folhas
deixadas pelo vento.
Sem palavras precisas
ou gestos perfeitos,
insanidade perfeita
daqueles momentos.
A mente sente
necessidade urgente
de adormecer no tempo
ao som do silêncio.

Nocturno

15 de outubro de 2008

Holograma

......
Sou um pássaro sem asas
que um dia pousou na tua janela
conto histórias na sombra
protegido da luz do dia.

Vives na minha mente
reflectido no meu olhar
mistério de amar
distante da realidade.

Um amante sem canção de amor
hábito de querer o que não posso ter
porque sou apenas um holograma
podes me ver, mas não me podes ter.


Vivo no espaço entre dois mundos
com um sorriso para ti
mas a minha imagem
se desvanece no tempo.

Volto a escrever sobre o mesmo
só para me sentir vivo
se o amor está em algum lugar
o meu continua nas minhas mãos para te dar.

Inclinas a cabeça sobre os ombros
vês apenas aquilo que queres ver,
vives numa casa com uma linda vista
E eu... Vivo na tua árvore.

Nocturno
......

14 de outubro de 2008

Um sinal do teu olhar

.
Há um fogo que me queima
o pensamento
e o desejo,
que nem quatro paredes
conseguem segurar.

Uma música suave
que me embala,
um abraço
que me prende
e me liberta.Um sinal do teu olhar
que me chama e me ama.
Serei louco
por tanto te amar?

Há um céu acima de nós
um desejo desenhado
do beijo perfeito.
Toca-me, enquanto lês
é meu corpo despido
aquilo que vês.

Nocturno

9 de outubro de 2008

Entre ti e o mundo

.............

Ontem à noite sonhei
com o meu corpo,
pele envelhecida
transformada em cinza
dor do tempo perdido
olhar distante e cansado.
Estava onde sempre estive
entre ti e o mundo
no meio de cada lágrima
entre cada suspiro.
Quem me conhece
sabe que eu te amo.

Nocturno

2 de outubro de 2008

Mar de loucura

.
Navego nas águas profundas
ao som das ondas da saudade
nas profundezas do mar solitário
em que me deixaste.

No sabor da corrente
que transporta este corpo
enrolado nas ondas do desespero
em busca do sentir perdido.Inconsciente loucura
que habita a mente
ausência de um pedaço meu
que partiu dentro de ti.

Tornou-se difícil respirar
cada vez que fecho os olhos,
toco à distância nos teus lábios
dona do mais belo sorriso.

As nuvens são densas
Alma sem ponta de luz
Mar de loucura que insiste
em levar o pouco que me resta.

Queria ser forte mas não consigo
a saudade é mais forte do que a razão,
devolve ao meu corpo moribundo
o reflexo do teu belo olhar.

Nocturno